
Ana Claudia Oliveira da Silva
Publicado dia 17 de fev de 2022 às 11:00
Sobrevivendo ao ambiente amazônico: mecanismos mitocondriais de resposta à hipóxia e à reoxigenação em peixes da Amazônia
SUSANA BRAZ MOTA Estudante de Doutorado – PPG-BADPI Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES/INCT- ADAPTA II

As áreas alagadas da Amazônia apresentam condições frequentemente hipóxicas, onde os gradientes de oxigênio atingem concentrações muito próximas a zero, principalmente à noite. O presente trabalho de tese avaliou o efeito da hipóxia, bem como o da reoxigenação, sobre as respostas metabólicas de peixes amazônicos, avaliando desde as taxas respiratórias de consumo de oxigênio, até mecanismos celulares de regulação do status redox e controle de qualidade mitocondrial (Foto). Tanto a hipóxia quanto a reoxigenação produzem alterações metabólicas significativas, o que inclui a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) que, quando em grandes quantidades, são altamente prejudiciais para os processos celulares. As ROS podem danificar as membranas mitocondriais, bem como as proteínas do sistema de transporte de elétrons (ETS) e do ciclo do ácido tricarboxílico (TCA). Nossos resultados mostraram que os peixes amazônicos apresentam alta tolerância cardíaca à hipóxia em condições ambientais naturais, embora órgãos altamente metabólicos como o fígado sejam mais comprometidos quanto à sua capacidade catalítica de geração de energia. Esse trabalho apresenta, pela primeira vez, mecanismos de respiração mitocondrial nunca antes descritos para as espécies aqui estudadas, relacionando essas respostas ao consumo de oxigênio e lançando luz sobre a tolerância celular dos peixes amazônicos em seus ambientes naturais.