Avaliação in vitro do efeito da hipóxia e reoxigenação sobre a fisiologia mitocondrial do Astronotus ocellatus adulto.

            As águas da bacia Amazônica exibem mudanças químicas e físicas diárias e sazonais, especialmente no que se refere às baixas concentrações de oxigênio dissolvido. No entanto, ao longo do processo evolutivo, a ictiofauna local desenvolveu diferentes estratégias para lidar com essas condições. É o caso do Astronotus ocellatus (Foto), o qual apresenta notável tolerância à hipóxia. Experimentos anteriores mostraram que exemplares de A. ocellatus é capaz de tolerar até 6h em completa anóxia a 28°C. Sob à ausência de oxigênio, uma possível estratégia utilizada por esse animal é a redução da taxa metabólica associada a mecanismos mitocondriais refinados de tolerância às espécies reativas de oxigênio, por meio da ativação do desacoplamento mitocondrial. Dessa forma, o objetivo do presente projeto é verificar as respostas mitocondriais de A. ocellatus em completa anóxia (0 mg L -1 O2) e entender como os mecanismos de geração de energia contribuem para a tolerância à anóxia.